sábado, 14 de janeiro de 2012

Capitulo I

Com o corpo funcionando sentimos tudo o que a sensibilidade deste corpo permite.E meus olhos ainda funcionam, através dele que contarei a história mais emocionante que você pode conter pra si mesmo, e ainda que um dia pare de enxergar sentirá pedradas no seu peito por conta dessa história. Mas ainda não se desespere essa também é a história de um bebê que foi bem cuidado por toda família, logo: quando você parar de enxergar e todos os sentidos também pararem, terá os braços dessa história para te amparar.
Amarrei os cabelos como um coco e ergui bem a minha coluna na cadeira, isto me indica que estou disposta a contar uma história inteira. Não sei se as outras mulheres também vivem isto, mas tenho há uma capacidade que anda me perseguindo faz um tempo, é a incapacidade de contar uma história inteira. Morri de medo outro dia, pois corri tanto e ela me alcançou. E até agora estou com medo de dizer que a história não é minha, custei dizer isso receosa que fosse alcançada.
Não fui. Não fui. A história que contarei, foi uma história que se passou perante meus olhos. É uma história que me fez bem, e eu guardei. É a história da vida inteira de Fábio. Que não começa com Fábio, começa com Ana.
Dezenove anos é uma idade libertadora. Grave isto! Ok? Libertadora! Passado os dezoito que esperamos muito tempo, aqueles dezoito anos que pensávamos que iriamos ser donos do mundo e quando chegou percebemos que nada mudou. Pensávamos que quando chegássemos nos dezoito o mundo seria nosso, conseguiríamos outras coisas, seriamos independente. Mas não, quando chega, só aí percebemos que nós somos normais. Mas os dezenove anos é o que importa agora. Nos dezenove anos de Ana, ela foi deixada por um namorado por quem ela guardava uma história enorme pra viver. Ela planejava a estante da sala onde eles morariam quando casassem. Planejou tanta coisa deitada na rede. Na cadeira da escola. No caminho pra casa, no caminho pra casa dele. Eu sei o nome dele, mas basta te dizer que de repente, não mais que derrepente ele terminou e ela ficou triste alguns bons meses.
Até que Ana refez os planos da sua vida e evitava se deparar com ele. Refeito os planos da sua vida, ela conheceu outras pessoas. E agora duas linhas depois dele ela está apaixonada por aquele. Aquele que antes de chegar os vinte conseguiu arracar seu coração como ninguém antes e deixar uma semente, que se chamará? Eu já lhe contei! Fá-bi-o!

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